A partir da concentração molecular da matéria densa, podemos conceituar a vida, no âmbito do Mediunismo, em termos de vibração. Nesse sentido, a
matéria sólida, os líquidos, os gases, o som, a luz, etc. são estados vibracionais.
Conforme o tipo do corpo de que o espírito é revestido, ele está sujeito àquela gama vibratória. Um espírito encarnado age através do corpo físico, um desencarnado do etérico, do astral ou do mental, de acordo com as vibrações desses planos. Ao atingir determinado grau evolutivo, sem compromissos nesses planos, o espírito adquire uma vibratilidade, cujo conceito mais apropriado, em termos de sentidos humanos, é a luz. Costumamos dizer, então, que o espírito é pura luz. A partir daí, conceituamos os Mentores e Guias, que assistem os terráqueos, em termos de Espíritos de Luz.
Espíritos de Luz seriam, então, os que já superaram a faixa reencarnatória em termos pessoais. Quando há reencarnação desses espíritos na Terra é, provavelmente, para o exercício de missões a serviço dos planos divinos e não em funções cármicas.
Naturalmente, os conceitos desses espíritos estão fora do alcance humano e sua ação, na Terra, deve obedecer a planos incompreensíveis para nós, encarnados.
Isso é relativamente fácil de verificar, no contato com esses espíritos, qualquer que seja a modalidade de comunicação. Em nenhuma hipótese, eles invadem o campo de nosso livre arbítrio, ou nos levam a alguma decisão que contrarie nosso destino transcendental. Suas ações são inexoravelmente em termos de nossa evolução, da abertura para o espírito. Embora respeitem nossos valores, jamais criticando as coisas de nossas vidas, ou da vida em geral, eles procuram mostrar o caminho da realização através desses mesmos valores. Eles respeitam a nossa condição de espíritos encarnados. Castigos, punições, lições de moral, estão fora, completamente, das atitudes de um Espírito de Luz.
Ao contrário, um espírito da Terra, ainda que muito evoluído, pauta, sempre, sua ação em termos de aconselhamento, de vida moral, de formas de comportamento. Eles fazem questão de demonstrar seus poderes ou sua eficácia, e acabam, quase sempre, se tornando patronos. Os grupos dirigidos por espíritos da Terra acabam, sempre, por se preocupar com problemas sociais, dão demasiada ênfase à caridade material e à correção das injustiças sociais.
Com isso, a vida mediúnica se horizontaliza, se impregna do transformismo da personalidade. O grupo assim orientado, se preocupa com as bases materiais da obra, com os resultados palpáveis, com estudos e conceituações doutrinárias. Em resumo, ele se humaniza, em vez de se divinizar.
Nesse caso, as ações e a orientação refletem o nível social do grupo. A justiça praticada pode chegar, até mesmo, aos termos de punição, vingança e corrigendas de comportamento.
Nesses grupos, o ectoplasma circulante é impregnado dos fluídos do plano invisível, resultando daí uma divisão de forças, uma homogeneização em termos diluentes. O mundo invisível não produz energias, mas, ao contrário, se abastece de energia do plano físico. É por isso que o médium desses grupos se cansa, desanima e desiste.
Ao contrário, quando o grupo mediúnico sintoniza com os Espíritos de Luz, ele recebe forças do outro plano e, com isso, não gasta suas energias fluídicas ou nervosas. Um médium, bem sintonizado com seu Mentor, pode operar horas a fio, e voltar a si em melhores condições físicas e psicológicas do que quando começou a trabalhar.
Para melhor compreensão dessas afirmações é preciso entender a diferença entre plano invisível e plano espiritual, objeto do subtítulo seguinte.
Trino Tumuchy
Mestre Mário Sassi
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